Sobre o artista/autor
Grácio Freitas
Nascido no coração da região vinícola do Vale do Douro, o artista português Grácio Freitas sempre teve um talento natural para o trabalho manual e fortes inclinações para as artes técnicas e visuais. Uma carreira levou-o para as forças armadas, mais especificamente para a Marinha, onde se especializou no campo dos Submarinos. No entanto, ele manteve nutrido dentro dele este profundo desejo de ser criativo e em 1990 este tornou-se tão intenso que se sentiu compelido a mudar seu trabalho.
Pintor de cor e luz, Grácio Freitas trabalha em acrílico, desenhando de acordo com seus próprios códigos e referências artísticas. Embora altamente figurativo, é a cor que parece ser o foco de suas pinturas, seu uso da cor e da energia resultante sudação da pintura superam o assunto descrito. A luz que emana de suas pinturas também destaca a incrível gama de cores que ele aplica generosamente, mas sempre com um toque subtil e delicado.
Constantemente em busca da perfeição, Grácio Freitas está continuamente desenvolvendo e aprimorando seu estilo, para demonstrar como ele se moveu como um artista desde que começou a pintar. Esta abordagem retrospectiva dá-lhe o incentivo para prosseguir com a sua experimentação e para prosseguir o seu trabalho, inabalável, na esperança de que um dia ele vai chegar ao auge de sua arte. De vez em quando, no trabalho de ilustração e nos códigos visuais do Pop Art, o artista fornece, tanto através de seus desenhos quanto em suas pinturas, uma visão de uma realidade subjectiva cheia de paz e boa vontade.
Em
busca …
Analisando
os últimos trabalhos de Grácio Freitas, podemos chegar facilmente à
conclusão que foram atingidos alguns dos seus pontos de satisfação. A
luminosidade que buscava, o choque cromático, o equilíbrio do
desmontar e voltar a montar de peças sem existir a necessidade de fotograficamente
as representar.
Estas
peças, sempre associadas a um bem vincado e perfeitamente definido traço,
são-nos apresentadas com um forte contorno que pretende realçar o brilho
patente no seu interior. Este contorno, fortalece as perspetivas e os planos
representados em diversos patamares cromáticos que se transfiguram consoante o
destaque que lhes é atribuído em cada obra.
A
insatisfação é própria do homem que quer evoluir e pretende alcançar novos
patamares. Este artista está e estará sempre nesta constante procura de novos
conceitos, novos materiais, novas expressões. Podíamos falar de influências.
Penso que não é o mais importante. Se tem veia expressionista, impressionista
ou cubista isso pouco importa, interessa sim realçar o trabalho que temos à
nossa frente e aquilo que nos transmite. As outras análises, umas relevantes,
outras nem por isso, ficam para os poetas da pintura.
Sabemos que a Pintura é uma das formas de expressão mais utilizadas pelo homem. O seu desenvolvimento acompanhou sempre o desenvolvimento da civilização. A sua essência vai muito para além do primeiro contacto visual, surge da relação afectiva que o observador estabelece com cada uma das pinturas, relação essa que perdura e faz com que a imagem ganhe forma e se transmute em consciência. Ao observar os trabalhos realizados por Grácio Freitas nas diferentes técnicas sobressai a pintura em acrílico, método no qual o artista se especializou mais nos últimos anos. Este autor pretende assim revisitar o seu trabalho passado e mostrar a sua evolução em busca de um estilo próprio, essa coisa que nunca cessará.
Cada essa coisa tem a sua função e é inalterável. Éramos loucos se escrevêssemos com uma nuvem, bebêssemos água por uma peneira, conduzíssemos um tacho ou vivêssemos numa concha de caracol. Todas as coisas estão instituídas num propósito e, nesse aspecto, todos estamos programados para as usarmos da mesma maneira. As coisas estão presas à sua função e jamais serão outras coisas, a não ser que seja essa a nossa vontade.Grácio Freitas dá-nos a conhecer, através da sua pintura essa possibilidade, troca as coisas na sua origem elementar, busca da máxima expressão pictórica, põe-nos em contacto com a imagem alterada, não como um surrealista mas como um expressionista que não se confunde com o Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas na sua apreensão pelo sujeito. Muito de Jean Puy ou Derain.. As tomadas de consciência que surgem através do entendimento das coisas tal como as conhecemos, quer na sua essência, quer na sua existência tal como elas são ajudam-nos a trabalhar o seu aspecto formal. De formal nada tem o trabalho deste autor que altera de certa forma a verdade/realidade das coisas e cria um novo estatuto, dentro de uma realidade que não a da própria coisa, como se lhes déssemos um rumo e um uso diferente ao invés da sua função original. As suas composições derivam da alteração do entendimento da matéria, dos elementos que a compõem. Creio que o autor Grácio Freitas assim busca ao apresentar-nos o seu trabalho. Nelson Dias
Grácio Freitas
Born in the heart of the wine producing region of the Douro Valley, the Portuguese artist Grácio Freitas has always had a natural flair for manual work and strong leanings towards the technical and visual arts. A career led him into the armed forces, more specifically into the Navy, where he specialised in the field of Submarines. Nevertheless, he retained and nurtured within him this profound desire to be creative and in 1990thisbecameso intense that he felt compelled to change his job.
A painter of colour and light, Grácio Freitas works in acrylics, drawing according to his own artistic codes and references. Although highly figurative, it is colour that seems to be the focus of his paintings;his use of colour and the resultant energy exuding from the painting outweigh the subject depicted. The light that emanates from his paintings also highlights the incredible range of colours that he applies liberally, but always with a subtle and delicate touch.
Constantly striving for perfection, Grácio Freitas is continually developing and enhancing his style, to demonstrate how he has moved on as an artist since he began to paint. This introspective approach gives him the incentive to press on with his experimenting and to pursue his work, unabated, in the hope that one day he will reach the peak of his art. From time to time in illustration work and the visual codes of Pop Art, the artist provides, both through his drawings and his paintings, an insight into a subjective reality that is suffused with peace and goodwill.
Carré D'Artists
